!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Transitional//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-transitional.dtd"> Calma Penada: julho 2006

Calma Penada


«O optimismo é uma preguiça do espírito». E. Herriot. + «Uma assombração que se preza não pode ser preguiçosa. Buuuh!». O Fantasma do Misantropo.


segunda-feira, julho 31, 2006

Em Redor de um Grande Se

As Nações ditas Unidas intimaram o Irão a deixar-se de nuclearices, ou tomarão «as medidas adequadas». Não é o "se" presente na ameaça que é o maior, mas o da capacidade ou não de a ONU cumprir o que grita. Para já, um inimigo jurado dos Ayatollahs, o Qatar votou contra, por não considerar adequado o momento, com a região em chamas, sem atentar em que capacidade atómica traria ao mencionado incêndio consequências perenes. Por outro lado, nesta estranha diversão de inimigos agradando-se uns aos outros, Israel eliminou um assassino militante e juramentado, que era o Sr. Hani Awijan, chefe militar da Jihad Islâmica, o que deve ter agradado sobremaneira ao Hamas, que, assim, se deixa de ver entalado.
Os dois grupos que despoletaram esta torrente de violência já ganharam um aliado inesperado e um adversário perigoso a menos. Talvez isso justifique toda a pancada que levem. E nesta incógnita residirá o maior dos "ses".

domingo, julho 30, 2006

Desligações Perigosas

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Faz hoje anos a Actriz Hillary Swank, de quem apenas recordo ter visto um filme, mas que foi, concomitantemente, a última película que me comoveu, «MILLION DOLLARS BABY». Considero-o, cinematograficamente, muitíssimo, embora mais pela paulatina construçao dos afectos e da confiança que nos é mostrada, do que pelos extremos dilemáticos finais. Mas estes têm a sua carga específica, ao fazer de um homicídio pedido uma prova de afecto, que se, num sentido, é a prova de abnegação suprema, no outro é a prossecução do alívio através da injecção de uma inultrapassável sombra no que é instado a colaborar. Desejando nunca ser posto perante conflito de valores semelhante, com respeito extremo por todo o pathos perceptível no sofrimento físico e no acompanhamento dele pelos próximos, parece demasiado pouco crer que o amor possa encontrar a sua máxima expressão na morte.

sábado, julho 29, 2006

Quando o Terreno Estava Minado

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29 de Julho marcou, em 1830, o fim dos Bourbons no trono francês. Se em 1789 a Monarquia já estava inquinada dos vírus absolutista e centralista, seguidamente exacerbados pelo jacobinismo, a Restauração foi dinástica mas não consistiu, como deveria, num restauro da Tradição de que a Coroa e a Revolução tinham, em momentos diversos, apartado a França. Depois de consumada a derrota napoleónica, o regime instaurado cedeu à vontade do estrangeiro russo na outorga de uma Carta Constitucional e, mais tarde, após a ascensão de Carlos, viveu uma mitigação das divisões partidárias, com as diferentes sensibilidades de Viléle, Martignac e Pollignac dividindo-se e enfraquecendo perante a oposição. Transigindo nos princípios não havia mais justificação para um aparato sem realidade correspondente. Estava aberto o caminho para o "Rei-Burguês", Luís Filipe. Do deposto fica a simpatia por um Homem que fortaleceu os seus instintos ao sobreviver a familiares executados e que, por causa da Missão que assumiu, viu um filho assassinado, não tendo, infelizmente, sabido blindar-se doutrinalmente contra as investidas do monstro liberal.

quarta-feira, julho 26, 2006

Matus... além

Fidel Castro disse que «os seus vizinhos do Norte podem ficar descansados, pois não tenciona chegar aos 100 anos no exercício das funções que desempenha». Tomo-o pela sua palavra, que cumprirá, se sair do poder aos 99. Tenho a certeza de que seria a maneira de os governos de Washington nunca mais acreditarem que uma capicua é sinal de sorte.

terça-feira, julho 25, 2006

O Contrário da Decência

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O telefone utilizado para o então Coronel Moscardó ser ameaçado da morte do Filho se não rendesse o Alcazar de Toledo, na Guerra Civil Espanhola e na última conversa entre ambos, antes da ameaça ter sido cumprida.
É o respeito por tão grande sacrifício que, no «PÚBLICO» de hoje, Vital Moreira se diz contente por deixar de ver celebrado.
A partir deste momento faço questão de não ler uma linha mais que seja desse indivíduo.

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domingo, julho 23, 2006

Rancores Libertados

O problema de Joe Lieberman, Senador pelo Connecticut, só remotamente é eleitoral. Quando, a três semanas das Primárias, as sondagens o dão, pela primeira vez, atrás do seu desafiador Democrata, a questão está em as bases do seu partido, nos estados da Nova Inglaterra, serem demasiado extremistas no liberalismo que exibem, para suportarem posições tão moderadas de um seu eleito no Senado. Normalmente, ser pro-choice bastava para equilibrar a coisa. Porém, em tempos de contestação a Israel e à "rédea larga" que lhe é dada pela Administração Bush, as posições de apoio de um Judeu Ortodoxo não são bem vistas. Mas, então, perguntai-Vos, isso não é um problema eleitoral? Não é. Mesmo que ele perca a nomeação - o que será preciso ver para crer - pode apresentar-se como Independente. E se o fizer, ganha, porque o candidato Republicano é a fingir. Significaria isso que, vencedor, passaria a formar bloco com a Maioria Republicana? É mistério a que tendo a responder negativamente. As lideranças parlamentares americanas costumam ser pródigas no perdão dos rebeldes, quando eles triunfam.
Mas pode ser que os seus eleitores só tenham querido pregar-lhe um susto.

sábado, julho 22, 2006

Pega de Corno

Um breve apontamento sobre a situação do Corno de África: elevar a Etiópia a polícia da região fazendo-a intervir na Somália não me surge como ideia antipática, desde que os EUA saibam quem querem lá meter, o que me parece pouquíssimo claro. Sempre tive uma certa simpatia pelos Etíopes, reminiscências talvez do tempo das Descobertas, como da sua presença cristã isolada. Ao ponto de, durante a Guerra Fria, lhes lamentar o alinhamento com a União Soviética, deixando os Somalis para o Ocidente. Mas o desgoverno dos chefes de bando que eles apoiavam no País vizinho não pode agradar aos Yanks, que foram vergonhosamente vencidos por eles. De modo que a questão é paralela à que se levantava para o Iraque: intervir, pois sim, e depois? De levar ao poder os seus futuros inimigos tem Washington uma vasta experiência. Mas a urgência de evitar mais um regime islamista não deve criar o exagero de reconduzir os do Passado, que, pela sua índole, devem ser os de todos os tempos...

sexta-feira, julho 21, 2006

Projecto Imediato

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É tarde e vou curtir «La Noche». Esperemos que seja mais proveitosa do que esta, de Max Beckman. Bom fim de semana.

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quinta-feira, julho 20, 2006

Instrutivo

Vi uns dois minutos da actuação da Ministra da Educação, no Parlamento. Dei graças aos Céus por mais não serem. Nem falo na indigência pura de não conseguir articular a leitura de um papel, a partir da tribuna, ou da quase histeria com que se queixou de não conseguir continuar. Quem não tem estômago para a política não aceita cargos ministeriais, apesar de se saber que os ocupantes do hemiciclo são bem capazes de fazer perder a paciência ao mais pintado. Mas se ouvi muitos protestos, não dei por nenhum insulto que justificasse aquele queixume. E, quanto à vaca fria, foi ainda pior. Negou que houvesse erros e que a repetição dos exames de Física e Química eram uma intervenção política, digna, acrescento eu, dos bons velhos tempos das passagens administrativas. Das duas uma: ou reconhece os erros que vários especialistas apontam - e então terá de responsabilizar, ou responsabilizar-se, restando como fulcro do debate o problema de ser ou não a melhor solição mandar repetir -, ou mantém que se não errou e, sob nenhum pretexto, pode proporcionar ocasiões-extra a parte dos alunos, Se os programas são inadequados, mude-os, para o próximo ano. Se as provas pediram respostas que não constavam da matéria dada houve um ERRO, de natureza diferente binómio cálculo/enunciado, muito embora. E voltamos ao mesmo.

quarta-feira, julho 19, 2006

A Suprema Inutilidade

A expressão que titula celebrizou-se quando referida à instituição que é o Vice-Presidente norte-americano, porém há um candidato muito mais forte à designação. É claríssimo que me refiro às forças de interposição da ONU, como aquela, muito superior aos 2000 homens lá destacados, que o Secretário-Geral Anan quer embarcar para o Líbano. Com um deficit de vontade combatente e de instruções precisas que, certamente, ocorreria, perante partes que, essas sim, sabem muito bem quais os seus objectivos e estão cheias de determinação em atingi-los, teríamos sempre de presenciar a dolorosa e caricata situação celebrizada, há uma vintena de anos, noutra entrada israelita no País do Cedro: os capacetes azuis anotando, na fronteira, as matrículas dos blindados de Jerusalém, porque mais não podiam fazer.
Há, todavia, inutilidade maior ainda. A de tentar abrir os olhos cegos que não vêem que se Teerão alguma vez dispuser da bomba nuclear, a entregará de bandeja a um dos vários Hezbollahs que polulam, como aconteceu com os já razoavelmente sofisticados mísseis utilizados no princípio deste conflito.
Mas há palpebras que parecem de chumbo.

terça-feira, julho 18, 2006

Um Vazio Clamoroso

Perante uma organização que pretende ser imitação do que Britânicos e Franceses fizeram, sem o enraizamento de uns e a antipatia de outros, a renovação institucional é a derradeira hipótese de se convencer que existe. Falo da CPLP e da sua vontade de criar um "parlamento". Nos tempos que correm a sua simpática monomania de passar atestados de «Embaixadores de Boa Vontade» a ex-Presidentes resume-a à certificação de presenças, similar à do bureau de turismo do Cabo da Roca...
Mas até poderia, com outra gente, ser coisa que se visse.

segunda-feira, julho 17, 2006

Members Only

Os políticos têm uma tendência irreprimível para usar imagens de construção catastrófica. E assim, como o menor denominador comum dos leaders europeus da actualidade, o Presidente da C.E., José Barroso, lembrou-se de dizer ao «SPECTATOR» que o Sr. Gordon Brown, Chancellor of the Exchequer, teria muito mais força na defesa dos interesses do Reino Unido se o seu País aderisse à Zona Euro. Para tanto, o melhor que conseguiu arranjar foi comparar os aderentes à moeda única como uma tertúlia privada e dizer que «nenhum vegetariano que entrasse num clube de apreciadores de bife teria nele qualquer influência». Mal por mal, antes a piada do governador Trichet, ao lembrar que os quatro semi-finalistas do finado Mundial pertenciam ao grupo dos que tinham abdicado de circulações nacionais. É que o provável sucessor do Sr. Blair poderá sempre contrapor que é sócio de um club muito mais restrito - o dos países com uma economia pujante. Onde as três principais potências do universo monetariamente unificado não têm maneira de, presentemente, ser admitidas...

domingo, julho 16, 2006

Eles Têm Dois Amores

O do Sr. Chirac dirige-se à beleza dourada das palavras e portanto exorta o governo de Beirute a agir contra o Hezbollah. Mas não diz com quê, o que, sabendo como o movimento shihita tem, neste momento, maior poderio militar operacional do que o exército legal, nos deixa mergulhados no mistério quanto à significação do que o Presidente gaulês recomenda. Apetece lembrar a resposta que o contudo francófilo Ministro Polaco dos Estrangeiros, Geremek, deu ao representante diplomático francês, após a boutade chiraqueana de «a Polónia ter perdido uma boa ocasião de estar calada», ao alinhar com os EUA no Iraque: «O Senhor Embaixador não está a sugerir seriamente que, se o meu País vier a ser ameaçado, recorra ao exército francês?».
Já o amor do Sr. Blair é menos brilhante, mas como a morena do Marco Paulo é muito mais mulher. Trata-se da cadeira do Poder. Quando uma importante figura do Labour na Câmara dos Lordes veio introduzir uma variação no clamor à volta da demissão do Vice-Primeiro-Ministro Prescott, para requerer a do próprio patrão, desenganou todos, dizendo que tenciona estar no G-8 do próximo ano. O Sr. Brown deve estar a justificar o apelido, de tão torrado que a espera o deve deixar.

sábado, julho 15, 2006

Separação de Águas

Mesmo em estados liberais, a população americana vem demonstrando uma consistência, inspiradora das suas legislaturas e tribunais superiores, no sentido de defender o direito de os que enveredam pela via homossexual têm a viver como queiram, desde que não obriguem a comunidade a rever a noção de casamento que edificou. Uma lição para as sociedades europeias, pois ninguém pode acusar de homofobia 45 estados da Federação, que tantos são os que já têm legislação ou iniciativas no sentido de banir matrimónios dentro do mesmo sexo. Nesta semana, também no Nebraska e no Tennessee, os adversários da extensão do himeneu obtiveram importantes vitórias judiciais, embora a mais importante tenha vindo do Massachusetts, onde o mesmo tribunal que determinou, em nome da igualdade, a possibilidade de dar o nó em questão decidiu agora que não ofende a constituição a emenda que venha a estatuir o contrário.
Tudo parece estar a entrar nos eixos como queriam os adversários conservadores do Presidente Bush, por iniciativa dos Estados, sem imposições federais. E todos os olhos se voltam agora para Washington e New Jersey, casos mais complicados do que o dos Kennedy, por não limitarem a residentes o acesso ao estado civil tão almejado pela comunidade homo.

quinta-feira, julho 13, 2006

Ter Nome

É compreensível que as entidades públicas não gostem de ver a principal liga portuguesa de futebol associada ao nome de uma empresa de jogos de azar, porquanto não é agradável seja para quem for, salvo os que tirem inescrupulosos proventos do facto, ver associados Desporto e batota. Mas o nome achado para substituir Betandwin, Bwin, é terrivelmente infeliz. Dado o significado habitualmente conferido a "B" e o valor semântico do verbo inglês que segue, tudo parece apontar para um triunfo de segunda classe...

quarta-feira, julho 12, 2006

As Razões de um País

Segundo o Homem votado como dos mais pderosos, um «já demonstrou liderança, mas ainda fez muito pouco». O Outro, todos reconhecem como chefe nato e que fez bastante. Sócrates, apreciado por Belmiro de Azevedo e Scolari, reconhecido pela generalidade da Nação. Por muito que custe aos detractores do Futebol, desta o Povo não se enganou.

terça-feira, julho 11, 2006

O Vil Metal

Estou inteiramente ao lado do governo e contra o Dr. Gilberto Madaíl: acho que os integrantes da Selecção Nacional que fez melhor figura do que o esperado na Alemanha não devem ser isentos da tributação. Bem sei que para alguns deles seria recompensa mais estmada do que um louvor, ou uma condecoração. Mas dar-lhes uma compensação monetária extra poderá destruir todo o investimento sentimental que um país inteiro colocou neles, com a instalação de um sentimento de que só andavam lá para abichar mais algum, facto que podendo ser verdadeiro se encontrava, momentaneamente, esquecido. Além de que ficaram em quarto, não em primeiro. Dar-lhes a maquia por menos que o máximo seria abdicar de um incentivo para fazer melhor. Quando o idealismo e o realismo juntam forças para cercar um projecto...

segunda-feira, julho 10, 2006

Às Três será de Vez?

A guarda-avançada do radicalismo junto às muralhas do Ocidente, quer dizer, a espinha na garganta do Cáucaso, por intermédio da guerrilha tchetchena pode bem ter sofrido o golpe de misericórdia com a eliminação de Basaiev. São terroristas no sentido clássico do termo, que têm visado escolas e teatros, mão por lá estarem individualidades a abater, mas pela publicidade que podem obter do sequestro e matança de inocentes. O cérebro parou hoje. Era um génio do mal, como o próprio reconhecia. Quando as forças russas eliminaram Maskhadov erradicaram a popularidade da carteira da guerrilha. Ao neutralizarem Sadollaiev, obliteraram a ponte de consensos entre as diversas facções dela. Hoje deram cabo do perigo real, pois o chefe formal, Oumarov, não é mais do que uma marioneta que se vê agora desprovida de quem puxe os cordelinhos.
Que diferença de eficácia a da Rússia de Putin, quando comparada com a de Yeltsin!

domingo, julho 09, 2006

Um Exemplo?

Gostaria de saber se o Eng. Sócrates e quem lhe faz a cabeça pretendem imitar os seus colegas britânicos da Internacional Socialista, no sentido de fazer depender o fornecimento de metadona e de auxílios complementares aos toxicodependentes de estes asinarem um compromisso de sujeição ao programa de tratamento, com a complementar obrigação de, no entretanto, não terem filhos. Apesar de a proposta ser proveniente de um partido da Terceira Via, surge de um deputado da sua parte escocesa, sempre tida como uma ala mais progressista. Devo dizer que apoio plenamente a projectada medida, por a função do Estado ser recuperar e não pactuar, embora não pudesse aceitar a proposta inicial, de misturar anti-conceptivos nos alimentos, sem conhecimento dos visados. Mesmo considerando os vários graus de incapacidade dessas dramáticas situações, deve-se conceder o direito de escolha fundamental entre tentar voltar à Vida ou desistir dela, com os sacrifícios e responsabilidades inerentes a ambas. Mas estou ansioso por ver que atitude tomará o nosso PS que gosta de se lembrar que é de Esquerda, de cada vez que fareja temas fracturantes em matéria social...

sábado, julho 08, 2006

Espelho Rachado

Tanto por parecer ter feito entrar Tony Blai num período de azar, como por dar uma imagem muito pouco lisongeira dos governantes trabalhistas. Falo das dificuldades por que passa John Prescott. Do escândalo sexual de há meses ainda se safou, porque os britânicos levam o sexo entre adultos, mesmo com uns pozinhos de assédio, como mais uma modalidade desportiva. Ficou, no entanto, praticamente, sem poderes.
O novo imbróglio, entretanto, parece muito mais destrutivo. A lei manda que qualquer político que queira, durante o exercício do cargo, aceitar prendas de valor superior a 140 libras pague ovalor delas. E o Vice-Primeiro-Ministro do Labour é acusado de haver recebido umas botas feitas à mão e um cinto com umas fivelas de prata caríssimas, dadas por um milionário americano que anda a tentar construir um casino na cúpula Millennium. O visado tem-se defendido, dizendo que é evidente que nunca se venderia em troca de tal prendinha, que a aceitação foi mera demonstração de afecto pelo doador. Sabendo-se do carácter duvidoso desta proposta actividade do dito, apetece dizer que é disso mesmo que o suspeitam.
Os Conservadores preferiram atacá-lo por se ter deixado fotografar no rancho do Amigo Americano em actividades lúdicas pouco compatíveis com os seus deveres. Os Lib-Dem pegaram por ele não haver declarado a prenda aos serviços competentes do Parlamento.
Um rico par de botas!

sexta-feira, julho 07, 2006

Hoje Vou Sair Assim

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«Demasiado Cansado Para Pensar», de Masrur.
Bom fim de semana. Posted by Picasa

quinta-feira, julho 06, 2006

Política à Americana

No seguimento da falta de acordo entre o Governador de New Jersey, Jon Corzine, e a legislatura estadual, que pudesse conduzir à produção de um orçamento, o Estado ameaça fechar por valta de verbas e o mundo do jogo de Atlantic City, a rival que a Costa Leste opõe a Las Vegas, encerrou, realmente. Tenho muito má impressão do Governador. Com uma fortuna feita na bolsa, comprou a sua entrada na política, logo para o Senado Federal, alguns anos atrás, através de um volume de presentes e contributos privados nunca visto, ao ponto de os grandes jornais, normalmente alinhados com os Democratas, terem apoiado o seu rival Republicano. E volto a não gostar dele agora, em que se propõe comprar publicidade televisiva, do seu bolso, para propagandear a sua posição. Para o público talvez seja chocante ver faltar dinheiro para tudo, menos para promover o Governador, apesar de as origens serem diferentes. A mim, com o Oceano pelo meio, o que me faz espécie é o papel dos dinheiros privados na vida eleitoral e na das sondagens de popularidade, eliminando tanta vez qualquer honesta perspectiva de competitividade.
Mas os Americanos não o estranham. Gostaria de saber se muitos habitantes desta parcela da Federação, os que são de origem portuguesa, estão mais para cá ou para lá.

quarta-feira, julho 05, 2006

O Amuo

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Estado em que se encontra este blogue, mais o seu sagaz criador, após a derrota com a França.

terça-feira, julho 04, 2006

A Excepção

O ar bem comportado das habituais reacções a decisões judiciais desfavoráveis, com protesto de grande respeito pelo trabalho dos tribunais e pela separação de poderes é verniz que estala completamente em se tratando de aborto. Reacções à condenação de algumas das Arguidas pelo Tribunal de Aveiro no caso em que a Relação havia contrariado a decisão da primeira instância, quanto à admissibilidade de uma prova pericial: o PCP deu em culpabilizar o Primeiro-Ministro, o governo e o partido que o apoia; autores de notícias desataram a falar de «tradição de absolver as Mulheres que o praticaram», contraposta à condenação mais habitual dos profissionais de saúde intervenientes. Em ambos os casos trata-se de tentar subverter, mais ou menos subtilmente a legalidade que vigora. A procura da impunidade sempre foi o primeiro passo para clamar a inocência face a uma pretensa ideia de justiça que se quer apregoar traída pela legislação. Mas é batota que deixou de convencer, por via da revolução marxista, que foi chão que já deu uvas. O inimigo está agora nas agitações libertárias, à Esquerda e à Direita, as quais nem precisam de fingir preocupar-se com leis.

segunda-feira, julho 03, 2006

A Espada de Dâmocles

Se, genericamente, sou sensível às preocupações sindicais relativas à precariedade da contratatação a prazo, equilibrando essa compreensão apenas com a relativa preferência do pouco ao nada, faz-me impressão ainda maior a anunciada possibilidade de as escolas contratarem professores por períodos não superiores a três meses e podendo beneficiar de não mais do que duas renovações. Um velho preconceito leva-me sempre a ver o ensino como a ministração de aperfeiçoamentos por um mestre e essa condição incompatível com a brevidade de uma destituição por mera expiração do prazo. A tradição já não será o que era, mas pergunto-me se será com semelhantes debilidades de estatuto que se pretende favorecer a adesão à pessoa do docente, sempre o caminho mais curto para o interesse pela matéria que ele lecciona...

domingo, julho 02, 2006

Um Brinde

Afinal, não só Al-Zarkawi existia, como tinha Mulher e dois filhos, sendo que a consorte se desloca actualmente entre a sua Jordânia natal e a Europa. E diz a viúva a um jornal italiano que o seu esposo teria sido vítima de um pacto secreto entre os EUA e a Al-Qaeda, pelo qual teria sido entregue, mediante a contrapartida do alívio da pressão persecutória sobre Bin Laden. Estão servidos os apaixonados pelas teorias da conspiração. Eu não acredito, por não conseguir ver o interesse a ultrapassar a aversão americana aos responsáveis pela tragédia do WTC. Mas o simples facto de esta hipótese não despertar uma imediata gargalhada é sinal claro do que nesta «Calma Penada» já defendi - a rivalidade na liderança extremista entre o falecido e Osama B. L., que, após anos de silêncio, só voltou a fazer-lhe elogios depois de o ver acabado.

sábado, julho 01, 2006

Sem Desforra

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A imagem do Herói, apesar das luvas de hoje, é a mesma de há dois anos...
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...e a da derrota também. Mas são ambos estimáveis. E, pese à alegria, é só um jogo.
De resto, gostei de ver a entrevista/flash com o Guardião referindo a expressão celebrizada a partir de Ricardo Ornelas - «A Equipa de todos nós», como admirei a imediatez da resposta ao dizer da bola que entrou que «se tivesse rabo, também a teria agarrado».