Agora que parece ter assentado a poeira em volta da celeuma provocada pela publicação das célebres caricaturas de Mahomet, aproveito a penada calma do fim de semana para uma pequena reflexão: Nunca se levantou pé de vento semelhante contra gravuras famosas , como a de Gustave Doré ilustrando a «DIVINA COMÉDIA», que, essas sim, atacavam toda a Religião Islâmica, situando o Profeta no Inferno e dando-o como arrependido da criação do novo Credo. Ao contrário dos rabiscos de meses atrás, referentes apenas aos sectores radicais que se propõem propagar o Islão à bomba, sendo certo que, tragicamente mas sem inocência, faltou legendagem que restringisse o âmbito da sátira às devidas proporções.
Donde, uma conclusão se impõe: hoje, como sempre, é a incitação ao riso que mais custa a suportar. Ainda que só atinja o alvo de raspão, ao contrário de uma investida a sério que embata frontalmente.