O Sr. Berlusconi deu a quem seguiu a sua patética tentativa de se agarrar ao Poder a grata satisfação de observar a derrota tangencial tornada expressiva pelo esquema de distribuição de parlamentares que, à última hora, engendrara, para não largar o poiso. Depois de tentar mudar as regras a meio do jogo, tinha de compor o ramalhete com a rábula da não-aceitação da derrota, alegando misteriosas irregularidades, quando de si dependiam, administrativamente, a condução e vigilância do processo. Desconfianças artificiais que duram até hoje, com suspeições lançadas sobre uma eleição limpa, ao contrário do bem sujo carácter de quem a impugna. Vendo que não pegava, mandou agora um empregado, o Sr. Bondi, dizer que, afinal, até poderia reconhecer os resultados, caso o Parlamento viesse a elegê-lo Presidente de Itália. Claro que o que pretende é um qualquer prolongamento de imunidade para escapar à Justiça, a qual já esfrega as mãos perante a pespectiva de poder, finalmente, pôr a nu as suas falcatruas. Se não houvesse muitos outros motivos, seria razão bastante para restaurar a Monarquia.