!DOCTYPE html PUBLIC "-//W3C//DTD XHTML 1.0 Transitional//EN" "http://www.w3.org/TR/xhtml1/DTD/xhtml1-transitional.dtd"> Calma Penada: O Falinhas Mansas

Calma Penada


«O optimismo é uma preguiça do espírito». E. Herriot. + «Uma assombração que se preza não pode ser preguiçosa. Buuuh!». O Fantasma do Misantropo.


quinta-feira, maio 11, 2006

O Falinhas Mansas

Não li o livro do Prof. Carrilho, pelo que não falarei sobre ele. Vi a entrevista que deu a Judite de Sousa e sobre ela direi alguma coisa. O caso não merece muitas linhas. O tom foi de um seráfico artificialismo que só convencerá quem quer ser convencido. Sem uma única prova, disse-se um perseguido pela Comunicação Social, da qual teria sido o candidato a abater, ao contrário do seu adversário, que teria sido o protegido. Não corresponde à memória que guardo do lançamento da campanha, em que o Eng.º Carmona era dado como um técnico sem perfil para liderar e todo o escrevinhador rejubilava com a entrada em liça do desafiador de Guterres. O problema é que tanto meteu os pés que foi impossível protegê-lo.
Dos dois episódios emblemáticos, não conseguiu dizer mais do que ter a instrumentalização das imagens do filho bebé sido «um vídeo global» e que ninguém se indignou por ver um neto de Cavaco com as cores do familiar, num comício. Sou contra qualquer utilização de crianças em política, mas é demasiada desonestidade intelectual comparar uma presença numa apoteose comicieira a um grande plano da mãe perguntando ao rebento de um ano e pouco se ia votar «no papá»...
Quanto à recusa do aperto de mão, diz que não sabia estar a ser gravado, o que não é mais do que um elogio da falsidade, ao admitir que agiria de outra maneira, se o soubesse. Que era uma questão privada, o que se não pode aceitar, por ser a sequela normal de um debate público. E - esta é linda - que tudo «tinha ficado escuro». Pois ficou, para ele, mas muito mais claro, para os eleitores.
O resto é um constante duplo padrão, em que se permite insultar sem piedade os que com ele se desentenderam, contrapondo uma ultra-sensibilidade a tratamentos jornalísticos críticos de muito menor violência.
O problema político do Prof. Carrilho é ser como é. E não me parece que, apesar de operarem milagres, haja livros capazes de o solucionarem.

sustos4 Sustos:

Caro Paulo,
eu não vi a entrevista, mas li umas coisas dele... O homem até pensa umas coisas, desde que não evoque os seus Jogos de Racionalidade..

Contudo, creio que o problema de Carrilho é simplesmente outro e remete para a psicanálise: ele convictamente acha-se um ser estéticamente superior aos labregos que o rodeiam...Daqui facilmente se chega à teoria mto vincada do narcisismo que comporta em doses maciças...

Depois casou com uma mulher que 10 milhões de tugas gostariam de ...., daí sentir-se tb algo sublimado...Mmo que não sejam os 10 milhões, dentro dos neurónios dele é essa a sua representação mental. Ele pensa que só ele tem acesso ao tesouro do prazer, do estético e do belo... Vive alienado. E foi nesses nesses intervalos que ele decidiu candidatar-se a Lx, pq o PS tb era o era... Quem avançaria... O joãosinho...pfv.

Em suma: o problema de Carrilho nc foi político, foi sp psicanalítico. Julgo q qr pessoa com umas bases de filosofia, de estética, do belo e das artes em geral compreenderá que assim seja, sem desprimor para qqr outra leitura.

A política é uma brecha q ele mete para justificar todas aqueles ensimesmamentos que o distanciam da comunidade.

Espelho, espelho...haverá homem mais bonito do que eu... É isto que fez dele um homem arrogante, soberbo, guloso...e tudo isto reunido num homem só fazem de qqr ser uma criatura detestável e odiada pela cidade que ele perdeu e agora, dalguma maneira, pretende conquistar.E como? através dum livro!!! belo...

Carrilho, em síntese, enferma dum vício: o problema dele é estético, é o problema do belo e do feio, ele ficou alienado a uma imagem que o cega, e cego jamais poderá ver algo, nem sequer uma sombra.
Apesar da política tb se nutrir por aí..

Um abraço
então já viu o FrontelineForte ou nem por isso
RPM
Meu Caro Rui Paula de Matos:
Não falarei aqui do mérito filosófico da pessoa em questão, apesar de o seguir desde dois célebres ciclos de conferências no Instituto Alemão.
Como político, ele procura a notoriedade de uma forma obsessiva. E aspirando ao critério mais descaradamente duplo que se possa achar, atacando com agressividade e fazendo-se vítima quando recebe, em troca, críticas severas. Ele não pode exibir a família como trunfo, para além das fotografias de conjunto e das entrevistas discretas à cara metade, sem dar aos outros o direito de o censurarem. Definir público e privado segundo a conveniência própria é atirar areia para os olhos.
Fui ao «Frontline...» logo no princípio. Desde aí não tenho ido, por andar sem tempo, ao ponto de ter querido fechar o «misantropo». Mas talvez esta semana traga algum alívio. E assim sendo, lá voltarei.
Abraço amigo.
Caro Paulo,
D'accord...
Sabe que agora entrou no léxico luso um novo palavrão..

Já não se diz "afinfe-lhes", agora diz-se "Afinse-lhes"

Espero que não tenha lá depositado as suas economias, doutro modo esta brincadeira de Domingo ainda se transforma em causas de grandes violências e temores entre nós...

À semelhança dos recontros que o sr. prof. Carrilho tem com a sociedade portuguesa que, em boa medida, só consegue ser um pouqinho menos vaidosa que ele...

Mas isso deve-se, creio, ao facto de nem todos nós andarmos armados com uma daquelas armas femininas que faz com os 10 milhões de tugas pensem todos o mesmo ao mesmo tempo quando avistam a senhora, qualquer que seja a perspectiva.

Por isso, eu até compreendo o Carrilho...

Outro abraço caloroso e bom Domingo. Está bom para jogar ténis.
RPM
Meu Caro Rui:
Por aqui não há economias, é tudo chapa ganha, chapa gasta. E bem pequena, por sinal.
Quanto à arma encarrilhada, é verdadeira bomba.
Dê-lhes com força. Com as raquetas, claro.
Abraço.

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