O Sr. Berlusconi não tem emenda. Previu duas situações possíveis para o futuro próximo da política italiana, ligando uma à outra:
1- A eleição parlamentar de um Presidente da República oriundo da Esquerda maioritária, a que se opõe.
2- Como consequência e represália, nessa eventualidade, deixar de pagar impostos, atitude que qualifica de «greve fiscal».
Motivo de gargalhada - é a primeira das hipóteses descritas que ele qualifica de «proposta indecente».
Claro que aquilo por que passa é o pavor da perda de imunidade que faça as suas falcatruas e negociatas serem julgadas. Primeiro propôs-se para a presidência, que era meio de a prolongar. Agora, tenta pôr no Quirinal um lugar-tenente, na perspectiva de um perdão presidencial.
O homem não tem emenda. Mas aposto que, por cá, muita gente o vai ver como proveitoso exemplo a seguir; quando elegerem um presidente doutra cor, cada um se isenta a si próprio do IRS. Copiamos sempre os outros, ou não?