A intervenção do Número Dois de Bin Laden, Al Zwahiri, na problemática que divide os titulares dos principais cargos públicos palestinianos, é claro sinal de desespero e apela, de forma errada, do ponto de vista dos seus interesses, aos instintos da população. Ao desvalorizar o plano de paz que reconhece Israel, como sendo «obra de prisioneiros», quereria excitar os ânimos no sentido de serem desprezados aqueles que se deixaram apanhar. Porém, o sentimento dominante entre os Palestinianos é que os referiedos encarcerados são mártires mitigados e que se os que mais sofrem na pele a opressão israelita defendem o reconhecimento, "por que não"?
O grande problema é que o governo do Hamas pensava poder usar o palco governamental para investir em direcção à Presidência. O ocupante desta, Mahmud Abbas, ao sair-se com uma proposta de referendo que não é constitucionalmente previsto nem proibido, apossou-se do poder de iniciativa, encostando o movimento radical às cordas. Se se opuserem, podem ser acusados de desprezo pela vontade popular que os alçou à governação. Aceitando, transigem na sua grande força, que era a intransigência quanto à não-subsistência do Estado Hebraico.
O mais interessante é que, com tudo isto, toda a gente, eu incluído, pensava que a opção anti-Israelita saísse maioritária. Terá o cansaço operado em silêncio e saberão os dirigentes rivais da Palestina algo que desconhecemos? Seja como for, a votação será sempre o apartar palestiniano do radicalismo Islâmico internacional. Se não por vontade própria, pela dos terroristas.
Ah, Meu Caro Rui, mas olhe que a receita há muito que está descoberta. O problema é que nos terroristas, sendo todos iguais, há uns mais iguais do que outros...
Forte abraço.