Ninguém acredita que Saddam Hussein esteja submetido a um julgamento. Serei o último a lamentar que despachem quem tanto mal fez, porém podiam dispensar-nos da penosa tentativa de nos fazerem passar por parvos. O Juiz que presidia à encenação foi afastado «por ter perdido a sua neutralidade». O grande fundamento desta calvície de imparcialidade parece ter sido ter-se dirigido ao Acusado, dizendo «Você não foi um ditador». Sabendo-se o mau conceito de que, formalmente, este termo desfruta junto dos elementos que em Bagdad fingem ser poder, ficamos cientes de que ser neutral, na Mesopotâmia de hoje, significa partilhar os insultos aos réus.
Poupem-nos!