«O optimismo é uma preguiça do espírito». E. Herriot. + «Uma assombração que se preza não pode ser preguiçosa. Buuuh!». O Fantasma do Misantropo.
No dia de aniversário de Nietzshe tenho de agradecer a uma Professora de Filosofia, Católica, que, vendo nos meus catorze anos um excesso de afirmação própria e potencial de dúvidas e hostilidades à Moral Cristã, me sugeriu a leitura de «Assim Falava Zaratustra». Penso que terá sido o momento tão antecipado da contacto com a obra dele que permitiu que me não acontecesse o que sucedeu a Amigos íntimos da Epoca: utilizá-lo, com a mais limitada das interpretações para caução das clivagens da adolescência. Abriu-me os olhos para o valor criativo dos gregos, mas dispus, ainda antes de chegar à Universidade, do tempo e dos complementos que me permitiram integrá-lo num património cultural complexo. Fez-me ver a desigualdade humana, mas com a possibilidade de escapar à literalidade de Senhores e Escravos, a qual, numa mente jovem, é tentação para legitimar o ilegitimável. E Deus? Dou-Lhe graças por me ter feito ler o publicitário da Sua pretensa morte antes dos 18-19 anos. É tudo.